Como ficará o pagamento dos salários dos servidores do Executivo gaúcho na gestão do governador Eduardo Leite (PSDB)? Essa é uma pergunta que todo o funcionalismo do Estado se pergunta já que uma das promessas de campanhas do novo governador é regularizar a situação ao longo de 2019.
Para falar sobre as finanças do Estado e o pagamento dos salários, o governador concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, na sede do Palácio Piratini. O começo da coletiva chegou a ser disponibilizado em vídeo ao vivo pelo Facebook do governo do Estado, mas no meio da transmissão, o vídeo ao vivo foi finalizado.
Ao final da coletiva, depois de apresentar a situação caótica das finanças do Estado, o governador se comprometeu em apresentar um calendário de pagamento sempre no último dia útil do mês. Mas, não sinalizou quando será o fim do parcelamento.
"Nossas condições de despesas oscilam todos os meses, mas vamos nos comprometer a apresentar no último dia útil de cada mês o calendário de pagamento para que os servidores possam se programar."
O calendário de pagamento em fevereiro (referente à folha de janeiro) fica assim:
- Hoje _ Recebem os servidores que ganham até R$ 1,1 mil líquido
- Dia 11 - Até R$ 2.250
- Dia 12 - Até 3,6 mil ou 5 mil líquidos (dependendo da receita em Caixa)
- Dia 13 - R$ 7.250 ou até 11,5 mil (dependendo da receita em Caixa)
- Dia 14 - Acima de R$ 11,5 mil ou o restante dos servidores (dependendo da receita em Caixa)
Veja abaixo, os outros pontos da entrevista coletiva:
Déficit da Previdência
Leite abriu a coletiva falando sobre o déficit da Previdência do Estado, que chega a R$ 11,6 bilhões em 2018:
"Este dinheiro faltou para pagar os servidores aposentados e saiu do caixa do Tesouro para complementar os salários dos inativos. Significa dizer ao povo gaúcho que ao invés de investir em uma escola, o governo está colocando dinheiro para pagar os aposentados porque a Previdência não é suficiente."
Déficit de R$ 43 bilhões em 4 anos
Logo depois, Leite apresentou as contas do Estado e relatou os principais gargalos que enfrentará para colocar em ordem as contas do Estado.
"Tendo que pagar precatórios, cobrir déficit e a dívida com a União, significa dizer que o Estado teria capacidade de honrar apenas 8 das 13 folhas de pagamento do funcionalismo. Se nada for feito, a nossa insuficiência orçamentária é de R$ 43 bilhões ao longo dos 4 anos. Só as dívidas de anos anteriores soma R$ 4,3 bilhões a serem pagos obrigatoriamente em 2018."
Déficit de R$ 22 bilhões em 2019
"Se não fizermos nada e tivermos de pagar a dívida com a União, que está congelada por meio de uma liminar, os precatórios e saldar todas as nossas obrigações, nossa dívida para 2019 é de R$ 22 bilhões. Significa dizer que se o governo do Estado fosse um pagador, faltaria R$ 22 bilhões para pagar as dívidas."